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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

EXPLORANDO A CIÊNCIA: MUSEUS VIRTUAIS PARA VISITAR SEM SAIR DE CASA

 

Todo ano o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) promove a Primavera dos Museus, uma iniciativa que reúne diferentes instituições museológicas, durante uma semana, em prol do desenvolvimento de atividades direcionadas ao grande público. Este ano, o IBRAM já divulgou o tema da 18ª Primavera dos Museus que acontecerá entre os dias 23 e 29 de setembro de 2024, o tema da temporada de eventos será “Museus, acessibilidade e inclusão”.

O tema lança luz sobre o papel dos museus na promoção do acesso a todos os seus públicos, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou cognitivas. E ao pensarmos nos desafios dos museus no enfrentamento de barreiras de diversos tipos, destacamos os museus virtuais de Ciências capazes de promover a acessibilidade a diversos públicos. Vamos explorar como eles abordam essas questões:

1.      Acessibilidade Digital: É a eliminação de barreiras na Web. O conceito pressupõe que os sites e portais sejam projetados de modo que todas as pessoas possam perceber, entender, navegar e interagir de maneira efetiva com as páginas.

2.      Inclusão e Diversidade: Os museus virtuais podem ser acessados por meio de computadores, tablets e smartphones, tornando-os disponíveis a um público amplo e diverso.

3.      Tecnologia e Facilitação de Acesso: Recursos e adaptações para pessoas com deficiências (visual e auditiva) através de audiodescrição, legendas, materiais acessíveis com bom contraste de cores, e recursos em libras.

Fonte: Página inicial do MZUSP

Os Museus Virtuais de Ciências são ambientes interativos e imersivos que preservam artefatos científicos e culturais, e preservam memórias para as gerações presentes e futuras, e através da cibercultura, onde qualquer indivíduo pode emitir e receber informações em tempo real, colaborando globalmente com outros usuários.

Embora nada substitua uma visita presencial, essas plataformas virtuais nos permitem explorar o conhecimento científico de maneira segura e envolvente, estimulando o aprendizado de forma lúdica e interativa. Neste caso, a internet desempenha um papel crucial na divulgação científica, estabelecendo conexões entre ensino formal, informal e não-formal.

Os museus virtuais tiveram sua importância ampliada recentemente, por se tornarem uma resposta criativa e inovadora à necessidade de acesso à cultura científica e ao conhecimento, especialmente durante a pandemia da COVID-19.  Então que tal conhecer, de modo virtual, um novo museu de Ciências ou revisitar aquela instituição que você já está com saudades?

Você pode reunir a família para uma visita virtual ou propor aos seus alunos uma atividade explorando o que é apresentado pelos museus. Vamos começar?

Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP)

A exposição de longa duração do Museu de Zoologia da USP “Biodiversidade – Conhecer para Preservar” pode ser visitada de maneira online pelo Tour Virtual 360, considerada uma nova experiência de visitação que permite que o visitante descubra a exposição em detalhes e, ainda, conheça o acervo do museu, que é guardião de uma das maiores coleções da fauna brasileira. A exposição tem como principal objetivo discutir os padrões e processos da biodiversidade brasileira e contribuir para a compreensão da importância da preservação, suas narrativas articulam temas centrais da pesquisa desenvolvida na instituição (Evolução e Biodiversidade, Patrimônio e Sustentabilidade), em um contexto de grande relevância social e econômica na atualidade.

Página principal do Museu de Zoologia

Tour virtual

Museu do Cerrado da Universidade de Brasília

O museu virtual é uma iniciativa da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e foi inaugurado em 2017. Com o objetivo de divulgar os conhecimentos científicos e os saberes populares acerca da sociobiodiversidade do Sistema Biogeográfico do Cerrado. O Museu é um espaço aberto para divulgação de informações/ações/projetos para a conservação, preservação e recuperação do Cerrado e a valorização do patrimônio ecológico, arqueológico e cultural das tradições culturais dos Povos do Cerrado através de conteúdos audiovisuais, artigos, teses, livros, documentos, manifestações artísticas, materiais pedagógicos, produzidos sobre o Cerrado.

Página principal do Museu do Cerrado

Tour virtual

Museu Nacional (Rio de Janeiro – RJ)

O Museu Nacional é uma instituição autônoma, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vinculada ao Ministério da Educação que completou 200 anos em 2018. Marco na pesquisa científica, na educação museal brasileira e detentor do título de primeiro museu do país, o Museu Nacional que formou e forma inúmeros pesquisadores e tem incrível importância cultural, afetiva e de conhecimento das mais variadas tipologias, desde o terrível incêndio em setembro de 2018, tem enfrentado o grande desafio de se reestruturar e muitos esforços têm sido feitos para esse propósito.

É possível recordar como eram as suas exposições: a partir de imagens capturadas em 2016, foi criada uma visita em 360º que nos permite ter acesso a parte do acervo do museu que contava com mais de vinte milhões de itens antes do incêndio. Dentre as ações de reconstrução, a comunidade científica e educativa do Museu Nacional tem desenvolvido lindos projetos e materiais que preservem a história e a memória desta instituição que é um ícone do Brasil.

Página principal do Museu Nacional

Tour virtual do museu

 

E aí, vai um tour virtual pela exposição de museu de Ciências hoje? Fica a dica!

 

Autora:

Mariana Vallis – Doutoranda do PPCTE e Pesquisadora LABDEC.


sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Jogos Olímpicos Paris 2024: Desafios da sustentabilidade na Cidade da Luz

 

Os Jogos de Paris 2024 foram marcados por uma ambição extraordinária e um espetáculo sem igual, fazendo história não apenas pela intensidade das competições, mas também pela dedicação implacável à sustentabilidade e à igualdade de gênero. Pela primeira vez, esta edição assegurou uma participação feminina de 50%, representando um marco crucial na promoção da igualdade entre homens e mulheres no esporte. Além disso, o compromisso ambiental assumido foi notável. No entanto, a jornada não esteve isenta de desafios e algumas polêmicas.

Fonte: teriyamabelle.pages.dev

Segundo o Relatório de Sustentabilidade e Legado (l Relatório de Sustentabilidade e Legado - Paris 2024 (olympics.com), nesta edição dos jogos, a cidade de Paris se comprometeu em realizar as Olímpiadas com a maior proteção climática da história.  Além disso, usar 95% de instalações temporárias ou já existentes, reduzindo a necessidade de novas construções e, consequentemente, o impacto ambiental. Paris 2024, também prometeu que toda a energia utilizada durante os Jogos seria proveniente de fontes renováveis e que pelo menos 70% dos resíduos gerados serão reciclados ou reutilizados, estabelecendo novos padrões em termos de sustentabilidade.

No entanto, enquanto o governo francês é elogiado por seus avanços em sustentabilidade e igualdade, as contradições ambientais de Paris se tornam evidentes. Nota-se que embora o comitê organizador dos Jogos tenha se comprometido a reduzir, pela metade, o uso de plásticos descartáveis em comparação com Londres 2012, as garrafas de Coca-Cola, patrocinadora oficial, ainda são amplamente utilizadas. Nos locais dos eventos olímpicos, embalagens de Fanta, Sprite e Coca-Cola se acumularam por toda parte, com funcionários despejando o conteúdo dessas garrafas plásticas em copos reutilizáveis. Essa prática, no entanto, tem gerado críticas, pois contraria a promessa de realizar os Jogos Olímpicos mais sustentáveis da história(Paris-2024: patrocinadora dos Jogos é alvo de críticas por uso generalizado de plástico; entenda (globo.com).

Outro exemplo desta questão é o Rio Sena, cenário para as provas de triatlo, que tem enfrentado sérios problemas de qualidade da água. A poluição chegou a provocar o adiamento de uma prova, com atletas expressando preocupações sobre as condições da água e os riscos à saúde. Em uma tentativa de demonstrar a melhoria da qualidade antes dos Jogos, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, até se arriscou a mergulhar no rio, buscando provar que ele estava mais limpo. No entanto, a realidade mostrou-se mais complexa: com níveis elevados de coliformes fecais, a poluição superou os limites aceitáveis a apenas 35 dias das Olimpíadas. Saiba mais em: Poluição no rio Sena: por que limpeza bilionária do rio para Olimpíada virou motivo de ‘vergonha’ - BBC News Brasil

Fonte: Sven Hoppe/picture alliance via Getty Images

A situação no Rio Sena ganhou contornos ainda mais preocupantes quando a triatleta Belga Claire Michel foi hospitalizada após contrair a bactéria Escherichia coli, detectada depois de sua participação em uma prova preparatória para os Jogos Olímpicos de 2024. Esse incidente alarmante evidenciou os riscos à saúde que os atletas enfrentam devido à má qualidade da água. A gravidade da situação levou a Bélgica a tomar a decisão drástica de retirar sua participação na competição, levantando questões sérias sobre a preparação e segurança ambiental do evento. Esse episódio, além de destacar a vulnerabilidade dos atletas, trouxe à tona a necessidade urgente de ações mais rigorosas para garantir que o Rio Sena atenda aos padrões de qualidade, não apenas para os Jogos, mas para a saúde pública como um todo.

A Escherichia coli, popularmente conhecida como E. coli, é uma bactéria que faz parte da família Enterobacteriaceae. Trata-se de um organismo procarionte que habita normalmente o intestino de seres humanos e animais. Embora a maioria das cepas de E. coli sejam inofensivas e desempenhem um papel fundamental na digestão, algumas variedades podem causar infecções graves. Tais cepas patogênicas podem provocar desde diarreias leves
a quadros mais severos, como colite hemorrágica e síndrome hemolítico-urêmica, que podem acarretar a danos renais e falência múltipla de órgãos. A contaminação por essa bactéria ocorre principalmente através do consumo de água ou alimentos contaminados, e a infecção pode ser especialmente perigosa para crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido. Para saber mais sobre a E. coli, veja no link:  https://g1.globo.com/google/amp/saude/noticia/2024/08/06/bacteria-e-coli-conheca-o-germe-presente-no-rio-sena-que-fez-triatleta-adoecer-e-equipe-desistir-de-prova.ghtml

Diante desse contexto de degradação ambiental, como a poluição dos rios, o acúmulo de lixo nas ruas, e o incentivo ao consumismo, aliado ao uso excessivo de plásticos durante o evento, revela-se a complexidade dos desafios enfrentados. Essa realidade expõe as dificuldades de conciliar grandes promessas com ações práticas, destacando as tensões entre progresso e problemas ambientais profundamente enraizados na cidade.

E ainda, tais contradições evidenciam que ainda há um longo caminho a ser percorrido na conscientização, tanto dos organizadores do evento quanto da população, para assegurar a segurança e o bem-estar dos atletas, tanto os de hoje quanto os das futuras gerações. Além disso, é crucial proteger o planeta, não apenas durante as Olimpíadas, mas também no cotidiano, garantindo um legado sustentável para o presente e o futuro.

 

Autores: 

Mariana Vallis – Doutoranda do PPCTE e Pesquisadora LABDEC

Renan Garibaldi – Mestrando do PPCTE e Pesquisador LABDEC

Bruna Valle – Mestranda do PPCTE e Pesquisadora LABDEC


 


 

GÊNERO E SEXUALIDADE NO ENSINO DE BIOLOGIA: OS DESAFIOS PARA SUPERAR O MODELO CONSERVADOR

  Qual professor ou professora de Ciências e Biologia já não viveu aquele momento, durante o ano letivo, em que teve que trabalhar conteúdos...