segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Desastres naturais: você ainda vai viver um?

 

Encerramos outubro com uma reflexão sobre outra data importante do mês: o dia internacional para a prevenção dos desastres naturais. Segundo o relatório da Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNDRR) de 2022, até 2030, com as projeções climáticas atuais, o mundo enfrentará cerca de 560 desastres naturais por ano. Esta previsão nos convida a profundos questionamentos, até mesmo existenciais.


 

Nos últimos meses, vivenciamos secas extremas no Norte e chuvas torrenciais no Sul do Brasil. O Amazonas é um dos estados que mais sofrem com a estiagem: em um ano, a região perdeu cerca de 14 mil km² de superfície hídrica, o equivalente a 11 vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro. Além disso, neste mês de outubro, o Rio Negro, considerado o sétimo maior rio do mundo, atingiu o menor nível já registrado em 121 anos: 13,2 metros de profundidade. Você consegue imaginar o impacto desses fenômenos na vida de mais de 600 mil pessoas que vivem no estado?

 

O que há de “natural” nestes desastres? 

 

O movimento de variações climáticas no globo terrestre é, de fato, um fenômeno natural do planeta. As evidências geológicas indicam que a temperatura média da Terra já foi bem mais alta e bem mais baixa no passado. Entretanto, quando nos referimos a fenômenos como este, estamos tratando de um movimento natural e cíclico ao longo de milênios.  

 

A grande mudança está em nossa relação com o planeta. O uso irregular dos solos, o mau gerenciamento dos recursos hídricos, o desmatamento e a ordem de consumo mundial alteram intensamente as condições ambientais, exercendo pressão sobre os recursos naturais – que, muitas vezes, se esgotam. Por isto, a maneira como vivemos e utilizamos os espaços que ocupamos não afeta apenas a nós, mas sim toda a biodiversidade terrestre. O uso de combustíveis fósseis, por exemplo, está relacionado ao aumento da temperatura na Terra.  

 


 

Cada fração de grau de aquecimento faz uma diferença gigantesca no cenário mundial, refletindo na frequência e intensidade dos chamados desastres naturais. Neste quesito, o ano de 2023 vem ganhando destaque. Atingimos novos recordes climáticos, registrando temperaturas jamais vistas e sendo palco para secas, incêndios e inundações recordes em todo o globo. Basta estar atento: furacões, secas, inundações e suas consequências têm ocupado lugar de destaque nos noticiários.

 

É possível mudar o rumo desta história. Mas como? O que podemos fazer no âmbito individual e coletivo para amenizar os nossos impactos sobre a Terra? 

Um desafio global como este exige alterações também no âmbito mundial, sendo necessárias novas abordagens, transformações políticas e econômicas em todo o planeta. É preciso resgatar a nossa relação com a Terra. Afinal, a crise climática é uma crise humana.

 


 

Para refletir (responda nos comentários): Sabemos que os desastres naturais são consequências que vão além do individual. Estamos tratando de um problema sistêmico e que acentua as desigualdades existentes em todo o mundo. Entretanto, é preciso engajamento em colaboração radical, entre os variados setores sociais, crenças e bases de conhecimento. Assim, o que podemos fazer como indivíduo para combatermos as mudanças climáticas? 

 

Texto: Anna Carolina Page, graduanda de Engenharia Ambiental no Cefet/RJ, bolsista de Iniciação Científica (CNPq) e integrante do Labdec

Imagens: Pixabay

 

Fontes/para saber mais:

Sete sinais da crise climática no Brasil (uol.com.br)

GAR2022: Nosso Mundo em Risco (GAR) | UNDRR

International Day for Disaster Risk Reduction | United Nations

Dia Internacional destaca conexão entre desastres e desigualdade | ONU News

https://brasil.un.org/pt-br/176755-relat%C3%B3rio-clim%C3%A1tico-da-onu-estamos-caminho-do-desastre-alerta-guterres

AR6 Synthesis Report: Climate Change 2023 (ipcc.ch)

 

Vídeos:

The ice cream cake (2019). Produzido pela organização The Nature Conservancy, o vídeo traz reflexões sobre a urgência de agir para deter a crise climática no planeta. (Legenda em português). Disponível em:

https://youtu.be/WJv-7ZSzbvQ

 

Programa Futurando, da DW Brasil – “Adaptando-se às mudanças climáticas”, exibido em 26 de junho de 2023.

Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=aMMP07SWWyw

 

Documentários e filmes:

O amanhã é hoje – o drama de brasileiros impactados pelas mudanças climáticas (2018). Coordenação e produção executiva: Thais Lazzeri.

Disponível gratuitamente em: https://oamanhaehoje.com.br/

 

Uma Verdade Inconveniente (2006). Direção: Davis Guggenheim

O ex vice-presidente estadunidense Al Gore traz informações e reflexões sobre o aquecimento global e suas consequências.

 

Uma Verdade mais Inconveniente (2017). Direção: Bonni Cohen e John Shenk

Também protagonizado por Al Gore, o filme aborda aspectos políticos e econômicos relacionados ao aquecimento global e seus efeitos, bem como tentativas de reverter esse processo.

 

Em Busca dos Corais (2017). Direção: Jeff Orlowski

O documentarista Jeff Orlowski aborda a mudança nos corais causada pelo aquecimento global, bem como suas consequências.

 

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Recicle tecnologia, proteja o futuro: descarte eletrônico consciente!

 

Você sabia que 14 de outubro é o dia internacional do lixo eletrônico? A data foi definida pelo WEEE Forum, uma instituição europeia sem fins lucrativos que teve como principal objetivo lembrar a todos da importância de lidar com o lixo eletrônico de maneira adequada e responsável. Desde então, esse é um dia destinado para conscientizar a população sobre o descarte correto deste tipo de resíduo. O lixo eletrônico – também denominado resíduo eletrônico, resíduo computacional, resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE) ou simplesmente e-lixo – trata-se de qualquer equipamento eletrônico descartado ou obsoleto, como celulares, tablets, TVs, computadores, eletrodomésticos, fios, cabos, pilhas, entre outros. Estes dispositivos possuem, em suas estruturas, materiais tóxicos – como mercúrio, chumbo e cádmio –, que podem contaminar o solo e a água se não forem descartados adequadamente, gerando consequências graves para o meio ambiente e para a saúde humana. 

Fonte: Pixabay

 

Descarte incorreto, um problema a enfrentar

Segundo o relatório The Global E-Waste Monitor, responsável por levantar dados qualitativos e quantitativos sobre a gestão do lixo eletrônico em todos os países, o Brasil ficou em quinto lugar do ranking mundial de produção deste resíduo em 2019, ficando atrás apenas da China, Estados Unidos, Índia e Japão. Além disso, uma pesquisa conduzida pela Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que apenas 3% do lixo eletrônico são reciclados na América Latina. Estes dados nos chamam a atenção para o descarte incorreto em nosso país. Diante disso, é necessário procurar soluções educativas e regulamentares para evitar este problema e alcançar um futuro sustentável.

 

Obsolescência programada

A relação entre a obsolescência programada e o crescente aumento na produção de lixo eletrônico no Brasil é evidente e preocupante. A obsolescência programada, uma prática na qual os fabricantes projetam produtos com vida útil limitada, impulsiona os consumidores a trocar dispositivos funcionais por versões mais recentes, mesmo quando não é estritamente necessário. Isso resulta em uma quantidade significativa de aparelhos eletrônicos descartados precocemente. Diante disso, é importante que nós repensemos nossos padrões de consumo e promovamos a conscientização sobre a obsolescência programada. Isso leva a um questionamento relevante que você, professor(a), pode fazer em sala de aula: "Quantas vezes vocês, alunos, trocam de celular?". Essa simples pergunta pode ser o ponto de partida para discutir os impactos da obsolescência programada e abordar o crescente problema do lixo eletrônico, incentivando a reflexão e ações mais sustentáveis em sala de aula. 


 Fonte: Pixabay

 

Afinal, qual o descarte ideal? Para que nós possamos descartar corretamente o lixo eletrônico no Brasil, é essencial seguir as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305, de 2010), que estabelece metas para os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes em relação à instalação de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs). Esses PEVs são locais estrategicamente designados para a coleta segura de aparelhos eletrônicos fora de uso. Portanto, aconselhamos os leitores a localizar o PEV mais próximo de sua região, separar cuidadosamente seus dispositivos e, ao descartá-los, contribuir para um ciclo de vida responsável e sustentável para esses produtos, evitando impactos ambientais negativos. Fica aí a dica, reciclar os eletrônicos é a forma moderna de dar um upgrade no planeta! ♻️🌍

Texto: Giovana Reis Oliveira, graduanda em Engenharia Ambiental no Cefet/RJ e bolsista de Iniciação Científica pelo CNPq do Labdec.

 

Fontes/Para saber mais

Lixo Eletrônico

https://www.ecycle.com.br/lixo-eletronico/

https://jornal.usp.br/radio-usp/lixo-eletronico-enfrenta-problemas-com-descarte/

https://www.obquimica.org/noticias/index/lixo-eletronico-um-sinal-de-constante-inovacao-e- consumo-excessivo/

https://www.pressenza.com/pt-pt/2023/02/descarte-incorreto-de-lixo-eletronico-uma-ameaca- ao-meio-ambiente-e-um-desafio-a-sustentabilidade/

https://greeneletron.org.br/blog/detalhes-do-relatorio-que-investiga-como-os-paises-estao-lidando-com-o-lixo-eletronico/

The Global E-waste Monitor 2020 https://ewastemonitor.info/gem-2020/

Pesquisa da ONU https://news.un.org/pt/story/2022/01/1777952

 

Mecanismos de busca

1. Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos https://abree.org.br/

2. eCycle https://www.ecycle.com.br/postos/reciclagem.php 3.

Green Eletron https://greeneletron.org.br/localizador

Filme

Wall-E, Estados Unidos, 2008 Direção: Andrew Stanton Roteiro: Andrew Stanton, Pete Docter Elenco: Ben Burtt, Elissa Knight, Jeff Garlin

No filme da Pixar, Wall-E, somos transportados para um futuro em que a Terra está sufocada por resíduos eletrônicos, e um solitário robô tem a missão de compactar esse lixo para restaurar o planeta à sua habitabilidade para os humanos. 

 

Documentários

A História das Coisas

https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw

A História Secreta da Obsolescência Programada https://www.youtube.com/watch?v=o0k7UhDpOAo&t=1s

Resíduos Sólidos Eletrônicos

https://www.youtube.com/watch?v=umrWcjbQDeY

The Story of Electronics

https://www.youtube.com/watch?v=sW_7i6T_H78

 

GÊNERO E SEXUALIDADE NO ENSINO DE BIOLOGIA: OS DESAFIOS PARA SUPERAR O MODELO CONSERVADOR

  Qual professor ou professora de Ciências e Biologia já não viveu aquele momento, durante o ano letivo, em que teve que trabalhar conteúdos...